quarta-feira, 21 de março de 2012

Doping em Espanha

Segundo um comunicado dos Mossos d'Esquadra, que atuaram em conjunto com a Polícia Nacional espanhola, seis das detenções foram efetuadas na região da Catalunha e quatro em Madrid, com o destaque a ser a prisão do presumível chefe da organização, um médico de origem colombiana e identificado como Alberto B.N.


Continua
Uma operação das forças policiais espanholas resultou esta segunda-feira na detenção de dez pessoas por alegado envolvimento numa rede internacional de substâncias dopantes, que poderia estar na origem dos casos positivos da Volta a Portugal em bicicleta de 2009.

A detenção do clínico teve lugar no passado dia 05 de março, no aeroporto de Barajas, em Madrid, quando se preparava para embarcar para a Colômbia com substâncias dopantes "de última geração" como AICAR e TB-500.
Outros membros da organização tinham na sua posse EPO CERA (EPO de terceira geração), hormonas de crescimento e anabolizantes.
Apesar da polícia catalã considerar que a infraestrutura foi "desarticulada", não põe de parte uma segunda fase de atuação com novas detenções.

Casos verificados na Volta a Portugal 2009

Segundo os Mossos, a organização criminosa teve "implicação direta" nos resultados positivos nos controlos antidoping de desportistas de elite nos últimos anos, em competições como a Volta a Portugal 2009 (Nuno Ribeiro, Hector Guerra e Isidro Nozal, todos por CERA), Jogos Olímpicos de Pequim, Vuelta 2010 e campeonatos de Espanha de atletismo de 2010.

Em outubro de 2009, o ciclista português Nuno Ribeiro disse em conferência de imprensa que o seu positivo, que lhe valeu a perda do título de campeão na Volta a Portugal, se devia ao médico da sua equipa de então, a Liberty Seguros, o colombiano Alberto Beltrán.

A investigação policial remonta ao verão de 2011, quando ambas as forças policiais investigaram de forma paralela "dois possíveis casos de tráfico de substâncias dopantes de terceira geração" e concluíram que os chefes das organizações que investigavam era a mesma pessoa, "que dispunha de muitos contactos no mundo do desporto de elite".

Segundo a Polícia Nacional, o grupo agora desarticulado tinha uma perfeita organização "funcional e hierárquica", com uma rede de captação de desportistas, dedicada a exercer funções de assessoria, distribuição e prescrição, e outra dedicada à obtenção das substâncias em diversas origens, sempre á margem dos canais legais.

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