Tyler Hamilton faz sérias acusações a Lance Armstrong as mesmas que estão derrubando o Cowboy. Ele conta o período onde foi companheiro de Lance na US Postal.
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Desculpem a expressão, mas são 287
páginas de "M… no ventilador". Se não for verdade tudo o que Hamilton
diz, ao menos não podemos negar que a sua imaginação é fértil.
Algo do
mesmo nível de J. K. Rowling, a escritora de Harry Potter. "Depois de
anos sentindo-me culpado e sofrendo de depressão, agora sinto-me livre e em
paz", diz o ex-ciclista. Aí vão alguns pedaços do livro:
Trechos do livro: The Secret Race
O começo – “passei três
anos negando que me dopava. Via aquelas sacolas penduradas que só os mais
fortes usavam, como Hincapie e Ekimov. Foi aí que eu entendi o que era
correr a ‘pão e água’. Estava cansado, sem energia, desesperado. O
médico Pedro Celaya me ofereceu testosterona ‘Não é doping, é para sua
saúde’. Pensei em recusar, voltar para casa e terminar a faculdade, mas
aceitei. Estava sendo promovido! Em 98 ofereceram me EPO. Era o sinal de
confiança que a equipa precisava de mim para o Tour.
Edgar – Em 98 eu e
Lance éramos confidentes. Discutíamos quanto de EPO deveríamos tomar com
certa frequência. Chamávamos o EPO de Edgar, Edgar Allan Poe, era o
nosso código. Ele tinha obsessão por doping e se tornou paranóico quando
descobriu que em 2001 Ullrich estava treinando na África no Sul, onde
tinham inventado um sangue sintético, o Hemopure.
Vaughters – Lance
pensava que era invulnerável. Falava de EPO em voz alta nos
restaurantes. Só não gostava quando alguém se arrependia do doping. Em
99 Jonathan Vaughters disse que se sentia culpado. Lance e Bruynell não
gostaram e no ano seguinte ele deixou a equipa.
Dr Ferrari – O Dr. Michele Ferrari era o nosso Deus. Lance
só falava dele. Ferrari era doido com a questão do peso. Ele só
pensava em números, tabelas e nos obrigava a emagrecer. “Tu és gordo”, dizia-me. De fato, só comecei a sentir os resultados quando emagreci.
Quando o exame que detectava EPO foi introduzido no Tour, ele nos pediu
apenas 5 minutos para resolver o problema. A solução era introduzir
doses reduzidas de EPO direto na veia. No lugar de 2000 unidades 3 ou 4
vezes por semana, tínhamos que inserir 300-400 unidades todos os dias,
sem errar a veia. Para Lance era fácil, pois as deles eram bem visíveis.
Pantani – Lance amava a
lógica, Pantani corria com paixão a instinto. E ele odiava esse modo de
ser do italiano. Quando Pantani atacou no começo da etapa
Courchevel-Morzine, no Tour de 2000, Lance ficou desesperado, fez a
direção da equipa ligar para o Dr Ferrari. O médico assegurou que naquele
ritmo Pantani quebraria na última subida. E foi o que aconteceu.
Jardineiro – Depois do escândalo da
equipa Festina em 1998, tivemos que encontrar um novo sistema para levar
o EPO para os ciclistas nas provas. Lance chamou Philippe, o jardineiro da
sua casa em Nice. Ele seguia o Tour de moto. Ele encontrava nos nas
chegadas, no meio daquela confusão. Entregava os gregários da equipa:
eu, lance e Kevin Livingston. Escondíamos as seringas dentro das
latinhas da coca-cola.
Racha com Lance – antes
do Tour da Suíça de 2000, passei pelo teste do Dr Ferrari: 4km de
subida a 9%, no monte Monzuno. Bati o recorde de Lance, mas o meu índice
de ematócrito chegou a 49,5%, bem próximo ao limite de 50%. Lance
sentiu-seameaçado. Bruyneel obrigou me a competir aquele Tour a ‘pão e água’.
Riis – em 2002 fechei
com a CSC, onde Bjaerne Riis me pediu para contar os segredos da US
Postal. Contei uma parte. A CSC trabalhava com o Dr Eufimiano Fuentes.
Ele me sugeriu de usar o nome do meu cachorro para classificar as bolsas
de sangue. Como o meu cachorro era muito conhecido, usei o número 4142,
últimos dígitos do telefone de um amigo.
Fonte dos trechos: Gazzetta dello Sport: The Secret Race