O ciclista Levi Leipheimer, ex-companheiro de Lance Armstrong,
assumiu publicamente, pela primeira vez, o uso de doping num artigo
publicado pelo The Wall Street Journal.
Continua »»»»»
Intitulado "Leipheimer: Why I Doped" (“Leipheimer: Porque eu me
dopava”), o artigo é publicado justamente no momento em que a Agência
Antidoping dos Estados Unidos revela o
relatório de mil páginas contra o esquema de doping liderado por Lance
Armstrong.
Leipheimer, de 38 anos, foi ciclista da US Postal, Astana e Radio
Shack no mesmo período em que Armstrong. Em 2007, fez terceiro lugar no
Tour de France. Um ano depois, foi bronze nos Jogos Olímpicos Pequim.
Vejam trechos do artigo em tradução livre:
"Hoje, aceito a responsabilidade e as sanções da Usada por ter participado mal no passado"
"Doping não era a exceção, era a norma."
"Quando eu era um garoto de 13 anos de idade, o meu sonho era disputar o
Tour de France. A Minha vida foi toda dedicada a esse objetivo. Saí de
casa ainda adolescente, mudei para a Europa aos 19 anos e vivia em
quartos com outros colegas, que não falavam a minha língua."
"Fiz sacrifícios para o meu sonho, vários anos depois virei
profissional. Mas no desporto de atletas do mais alto nível, talvez sem
exceção, eram utilizadas substâncias proibidas. Um desporto onde o doping
era tão aceite que ciclistas de equipas adversárias na estrada
coordenavam o seu doping para manter-se no mesmo nível dos atletas que
estavam a fazer a mesma coisa."
"Lamento ter sido forçado a tomar as decisões que tomei. Eu admito
que não deixei o doping me dissuadir do meu sonho. Eu admito que usei
substâncias proibidas. Eu sei que isto vai decepcionar
muitos dos meus fãs, amigos e família por isso lamento."
"As pessoas vão se decepcionar e dizer que eu estava errado, que eu
deveria ter escolhido uma forma diferente, e estou apenas dando
desculpas. Eu tomei a decisão que tomei. Eu não ofereço esta descrição
do desporto como uma desculpa, simplesmente como uma explicação do
contexto e razão para a minha decisão."
"Graças a uma mudança na cultura do desporto, o ciclismo tem sido mais
limpo. A nova geração de ciclistas não é mais confrontada. Ao assumir a
responsabilidade por aquilo que temos feito, a minha geração vai se
certificar de que continue assim."
Fonte: The Wall Street Journal.